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Da maturidade aos “anos dourados”

Textos da autoria de Jorge Martins para o Simplesmente Briosa em 2007

D) De 1939 a 1960

O Estado Novo mantém o país neutro na 2ª Guerra Mundial, mas, com a vitória dos Aliados, a contestação ao regime sobe de tom. Porém, aproveitando o clima de “guerra fria” que então se instala, Salazar consegue manter-se no poder com o apoio das potências ocidentais. No final deste período, o salazarismo enfrenta um sério desafio, com o enorme apoio popular à candidatura de Humberto Delgado.
O êxodo rural vai ganhando mais expressão. O país, apesar de ainda maioritariamente rural, vai encetando, lentamente, o caminho da urbanização. Entretanto, a rádio começa a transmitir os principais eventos desportivos e, em 1957, a televisão pública faz a sua aparição.
Coimbra mantém uma dimensão relativamente pequena mas continua a sua expansão para áreas periféricas. Surge a zona industrial da Pedrulha. É construída a nova Ponte de Santa Clara, que facilita a ligação entre as duas margens do Mondego. É também nessa época que é inaugurado o Estádio Municipal, no Calhabé, nova frente urbana da cidade.
A universidade mantém o seu prestígio (especialmente nos cursos de Medicina e de Direito) mas a concorrência de Lisboa é cada vez mais forte. Por seu turno, o Porto começa a afirmar-se, especialmente na área das Engenharias, mas falta-lhe o curso de Direito, o que “empurra” os estudantes nortenhos dessa área para Coimbra.
O Campeonato Nacional da 1ª Divisão surge na época de 1938/39, com os participantes a deixarem de depender das provas distritais. Pouco depois, surge a 2ª Divisão e, progressivamente, estabilizam-se os quadros competitivos.
O FC Porto obtém os dois primeiros títulos nacionais, mas são os dois “grandes” da capital que dominam o panorama futebolístico do país, com destaque para o Sporting e os seus “cinco violinos”. Os “portistas” e o Belenenses são os seus principais adversários.
Em 1954, é criada a UEFA e, um ano depois, na época de 1955/56, iniciam-se as competições europeias de clubes.
Esse período é marcado pelo advento do profissionalismo, que vai sendo adoptado, progressivamente, pelos clubes portugueses.
Entretanto, a vitória na Taça, em 1939, faz aumentar a popularidade da Académica no seio da cidade e do próprio país, onde a “equipa dos estudantes” é vista com especial simpatia. Em Coimbra, torna-se o clube mais representativo da urbe, “saltando” o meio universitário. Assim, numerosos “futricas” são atraídos para a Briosa, reduzindo a base de apoio do União, o seu principal rival.
Em termos desportivos, os resultados estão longe de ser exaltantes, mas, sob o comando de Cândido de Oliveira, a Académica cria um tipo de futebol apoiado, muito apreciado pelos amantes da modalidade. Com maiores ou menores dificuldades, a Briosa vai-se mantendo no escalão principal, apenas com um ano de interrupção (desceu em 1947/48 e subiu na época seguinte, ao sagrar-se campeã nacional da 2ª Divisão). E, em 1951, volta a defrontar o Benfica na “final” da Taça de Portugal, mas, agora, com um resultado bem diferente: derrota por 5-1. Maiores alegrias dá a equipa de juniores, que, no início da década de 50, vence, por três vezes, o “Nacional” da categoria.
Entretanto, o profissionalismo crescente começa a criar problemas à Académica. Vai valendo alguma cumplicidade do poder político, onde pontificam juristas licenciados em Coimbra. É, então, criada a chamada “lei dos estudos”, que facilita as transferências de jogadores de outros clubes para a Briosa, desde que desejem continuar a estudar. E, naquele tempo, um curso valia ouro!

E) De 1961 a 1974

Entramos na fase final do Estado Novo. A guerra colonial impulsiona a revolta estudantil e as universidades tornam-se os principais centros de contestação ao regime ditatorial. Surgem as “crises académicas” de 1962 e 1969, a primeira com “epicentro” em Lisboa, a segunda em Coimbra.
Em 1968, após a “queda da cadeira” de Salazar, assume o poder Marcelo Caetano, que ensaia uma tímida e falhada experiência de liberalização.
O atraso do país, a guerra colonial e a expansão económica da Europa Ocidental levam à emigração em massa dos portugueses para outros países europeus.
Ao mesmo tempo, a adesão à EFTA permite um surto de industrialização que vai acelerar, de forma decisiva, o êxodo rural. O interior despovoa-se e acentua-se a litoralização e a suburbanização em redor de Lisboa (com destaque para a península de Setúbal) e Porto.
Entretanto, o turismo cresce, o número de automóveis aumenta e a televisão vai atingindo um número cada vez maior de lares. Paulatinamente, o país vai-se modernizando: a classe média ganha expressão.
Continua a expansão da cidade para os arrabaldes (Olivais, Tovim, Pedrulha, S. Martinho do Bispo). Surge uma nova zona industrial, junto à variante de Cernache. A classe média emergente contribui para a dinamização do comércio. A população ultrapassa os 50 mil habitantes.
Porém, a universidade perde, definitivamente, a primazia. Passa a ser apenas uma das três existentes, a par de Lisboa e Porto, embora continue a beneficiar do facto de esta última não possuir o curso de Direito. Por outro lado, o número de estudantes é ainda relativamente reduzido (pouco mais de 2000), reflexo do ensino elitista de então.
Com a política de expansão educativa do então ME, Veiga Simão, são criadas, em 1973, três novas universidades públicas: Braga, Aveiro e Nova de Lisboa. Já em 1963 a Universidade Católica tinha iniciado as suas actividades.
No campo futebolístico, o profissionalismo impõe-se definitivamente no futebol nacional, que assiste, na década de 60, à sua consagração além-fronteiras. Assim, o Benfica vence por duas vezes a Taça dos Campeões (e é finalista vencido noutras três) e o Sporting conquista uma Taça das Taças. No “Mundial” de 1966, disputado em Inglaterra, Portugal consegue um sensacional 3º lugar e Eusébio o título de melhor marcador da competição.
No plano interno, assiste-se ao domínio dos dois “grandes” de Lisboa (com as “águias” a assumir, agora, a primazia), a par com o marasmo do FC Porto e a decadência do Belenenses. Ao mesmo tempo, emergem o V.Setúbal e a nossa Académica.
Com efeito, a década de 60 corresponde aos “anos dourados” da Briosa. Sob o comando técnico de Mário Wilson, depois de obter o 4º lugar em 1964/65, consegue ser vice-campeã em 1966/67, apenas atrás de um Benfica onde pontificam os principais “craques” da selecção nacional. Nessa mesma época, nova presença na “final” da Taça, com derrota por 3-2 frente ao V.Setúbal, num jogo dramático, que termina com um “golo de ouro” marcado aos 144 (!…) minutos. Dois anos depois, em plena “crise académica”, repete o feito frente ao Benfica, numa partida que se transforma numa enorme manifestação estudantil contra a ditadura. Depois de “ter o pássaro na mão, deixa-o fugir” e acaba ingloriamente derrotada por 2-1, após prolongamento. No ano seguinte, atinge os quartos-de-final da Taça das Taças, sendo eliminada pelo Manchester City no 120º minuto do encontro da 2ª “mão”, em Inglaterra.
Nesse período, a equipa tem o estatuto de “quase grande” e arrasta multidões. A simbiose entre a instituição, a Academia e a cidade é quase total e estende-se a outras modalidades, em especial o basquetebol, então comandado pelo meu saudoso Pai. Por seu turno, a presença de antigos estudantes garante apoio um pouco por todo o país.
Entretanto, para manter a competitividade, a Briosa começa a fazer concessões ao profissionalismo. Surge o conceito de estudante-futebolista e o estatuto de jogador “não-amador” (ou seja, que recebe dinheiro do futebol mas tem outra actividade). Porém, com base na “lei dos estudos”, alguns profissionais acabam a representar a Académica, a pretexto de quererem prosseguir estudos. O problema é que alguns apenas se matriculam… Algo que começa a criar mal-estar em certos meios académicos, que se insurgem contra o que chamam de profissionais encapotados.
Mas, apesar disso, as ofertas dos “grandes” de Lisboa são cada vez mais tentadoras e os melhores jogadores começam a sair. Por outro lado, em reacção à crise de 1969, o governo nomeia uma Comissão Administrativa afecta ao regime para gerir a AAC, algo que irá afastar os sectores estudantis mais radicais da secção de futebol.
Assim, em 1971/72, pela segunda vez, a Académica desce à 2ª Divisão e vê o rival União (que, fruto do aumento da prosperidade do comércio da Baixa, havia “renascido das cinzas”) tomar o seu lugar na prova principal. Uma situação que se inverte no ano seguinte, quando a Briosa passeia a sua superioridade pelo escalão secundário, coroada com novo título nacional. Parecia estarmos em presença de um acidente de percurso. Infelizmente, começava aí a decadência.

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