Decorreu na passada segunda feira, 11 de Novembro, um Conselho Académico no qual a direcção apresentou o seu projecto de modelo societário. Este projecto consiste basicamente na constituição de uma SAD na qual o BMG deterá 72 % do Capital Social mediante a entrada de 3,4 milhões de Euros e a assunção da dívida da SDUQ (após perdão da dívida do OAF à SDUQ). Nos dez anos subsequentes há a promessa de investir 2 milhões de Euros em cada ano sendo que esse investimento deverá ser feito através de passes de jogadores. Desportivamente o objectivo é a permanência em pelo menos cinco anos na primeira divisão nos próximos dez.
Como é do conhecimento geral, a Lista A ao Conselho Académico pugna por uma Académica dos Sócios posição completamente antagónica à apresentada pela Direcção.
Tendo em conta a grande importância do que se estava a propor, os membros eleitos da Lista A intervieram múltiplas vezes sempre no sentido de garantir um processo transparente, livre e informado o que implicaria um grande, alargado e profundo debate entre os sócios.
A proposta da Direcção era colocar à votação a alteração estatutária bem como a constituição da SAD na mesma Assembleia Geral. Os representantes da Lista A insistiram ao longo de todo o Conselho Académico que se deveria começar por apresentar o relatório e contas da época 2018/19 e o orçamento da presente época aos sócios em AG. Neste aspecto conseguiu-se algum ganho de causa, nomeadamente ao ter-se conseguido a realização de uma primeira assembleia para aprovação das contas, na qual a Mesa da AG decidiu incluir o ponto relativo à alteração estatutária.
Infelizmente, hoje tomámos conhecimento da convocatória para as próximas duas Assembleias Gerais no espaço de quinze dias. Verifica-se que a Mesa da Assembleia Geral, altamente pressionada pela direcção, não levou em consideração a necessidade de um amplo e profundo debate o que se lamenta profundamente.
Parece-nos claramente errado que um processo desta importância tenha tão pouco tempo de discussão. Estamos a falar da decisão mais importante da história recente da AAC/OAF. Uma decisão que, a vencer, seria irreversível e levaria ao fim a participação dos sócios na gestão do futebol profissional da AAC/OAF.
Tendo em conta a posição, de todos conhecida, da Direcção Geral da AAC em não permitir a utilização do nome e símbolo da Académica caso o OAF viesse a deter menos de 51% de uma futura SAD arriscamo-nos mesmo a dizer que poderia, caso viesse a ser aprovada a proposta da Direcção, ser o fim da Académica tal como a conhecemos e sim o princípio de um outro clube.
Outra questão importante e de que ninguém fala é a da formação. Passa para o BMG ou continuará no clube ? É que se isto correr para o torto e tivermos de refundar a coisa “Belém” style dava jeito ter um ponto de partida …
Toda a formação dos Iniciados até aos Sub23 ficará na mão do BMG
Tendo decidido demitir-se de treinador do OAF, César Peixoto pôs termo a mais uma decisão errada da actual direcção. É mais uma a somar a tantas outras, cabendo aqui perguntar porque raio é que a maioria dos sócios votantes no último acto eleitoral, lhe deram a sua confiança?
Quem são estes 751 sócios que o fizeram? Que lugar ocupa nos seus corações, a AAC/OAF? Tê-la-ão como 2ª ou 3ª opção clubista?
Conheço um destes 751 que me confessou que só era sócio da Académica, para poder ver os jogos dos estarolas sentado num bom lugar.
Acredito que muitos destes 751 sejam como este! Por isso espero o pior para a minha (nossa) ACADÉMICA!
Ha quem escreva que perder o símbolo ou o nome não é nada de especial.
Meus amigos, eu apoio no futebol profissional a Associação Académica de Coimbra através do seu Organismo Autónomo de Futebol. Se os senhores acham que renegar a história e/ou mudar o emblema e/ou mudar o nome é aceitável parece-me que só vos resta um caminho:
– entreguem o cartão de sócio e criem um Clube Futebol de Coimbra ou um Coimbra Football Club.
Deixem a Associção Académica de Coimbra/OAF em paz!
Que repouse em paz.
Haverá sempre quem concorde e quem discorde, mas devemo-nos tratar com respeito e civilidade.
É realmente impreterível que haja um esclarecimento cabal sobre a proposta, e sobre as implicações da mesma, para que os sócios saibam o que estão a votar.
Sobre a questão específica do nome do símbolo, partilho o texto do artigo de opinião publicado ontem no Diário de Coimbra:
AAC/OAF – Votar a extinção
A 12 de Junho, foi publicado o artigo de opinião com título AAC/OAF – Momento Atual. Entre outros temas citei o comunicado da Direção Geral da AAC, de 28 de Maio, que refere que a AAC está sempre disponível “para colaborar com qualquer órgão social legitimamente eleito da AAC/OAF, desde que o controlo da maioria esteja salvaguardado e dependa única e exclusivamente dos seus sócios”, e o ponto 3 do manifesto eleitoral da lista C que explicita a necessidade de “reforço da aproximação à Casa Mãe”, pelo que a Direção deveria esclarecer, caso se opte pela venda da maioria do capital como propõem, se: Poderá a AAC/OAF ser obrigada a mudar o nome e o símbolo? Poderá a AAC/OAF deixar de ser um Organismo Autónomo da AAC?
Ontem, dia 12 de Novembro, teve lugar o debate organizado pela RUC e a Cabra com os dois candidatos à Direção Geral da AAC. Se houve ponto consensual, foi no que ao OAF diz respeito, tendo sido reforçado por ambos a concordância com a posição expressa no comunicado de 28 de Maio.
Hoje foi convocada uma Assembleia Geral da AAC/OAF para 21 de Novembro. Na Ordem de Trabalhos destaca-se o ponto 4, alteração dos estatutos da AAC/OAF. Na proposta da Direção será excluída do artigo 70, ponto 2, parágrafo 2, a frase “devendo os estatutos ou pactos sociais das sociedades desportivas assegurar que a AAC-OAF terá maioria dos votos na respetiva Assembleia Geral.”
É agora claro que os sócios da AAC/OAF serão chamados a votar a possibilidade de criação de uma SAD que nada tem a ver com a AAC, uma vez que o rompimento do protocolo implica que não pode continuar a utilizar o nome e o símbolo que pertencem à AAC.
É tempo de cada sócio se mobilizar e em consciência exercer o seu direito de voto.
Saudações académicas,
Os sócios que votarem contra a alteração dos estatutos terão a obrigação moral de não deixarem definhar a AAC-OAF e concorrerem a próximas eleições.
Cara Carlota,
Concorrer nas próximas eleições não é uma solução, pois nessa altura já a Académica não existirá. Fundamental era que roxo e a rapaziada que o rodeia, tivesse a coerência e a dignidade de assumir que uma derrota no referendo corresponde a uma recusa do atual programa de gestão do clube e, por esse motivo, apresentassem a demissão. Só com esta gente na rua é que a Académica se pode salvar.
Parece-me óbvio que após derrota no referendo a Direcção ter-se-á de demitir.
Mas ter-se-á que demitir porquê? Os próprios, na campanha, afirmaram que caso o projecto não fosse aprovado pelos sócios, não se demitiriam e que arranjariam uma solução.
Mas a direção do Simões demitiu-se após o chumbo da SAD que apoiavam? Não e até ganharam as eleições seguintes.
O possível (e provável) chumbo da proposta da direcção é apenas o chumbo dessa proposta. Não é, nem pode ser, entendido como um chumbo à direcção, tal como não foi há 5 ou 6 anos atrás.
A direcção demitir-se???
Jamais!!!….
a sua gestão tem sido brilhante!
Não foi eleita há 6 meses? Não tem legitimidade para dirigir a Académica nos próximos 3 anos)?
O que mudou, desde a sua eleição, para legitimar esse pedido de demissão?
Caro Kilkus, arranjariam uma solução? Então que a ponham em cima da mesa para os sócios poderem escolher mais informados.
Uma informação que acho que também era importante se ter é qual é a forma como são controladas as sads dos clubes que ocupam o topo da tabela da segunda liga, e das sads que se encontram a disputar a primeira liga. Se alguém tiver esses conhecimentos e pudesse partilhar agradecia.
Também estou inteiramente de acordo…
https://www.abola.pt/Nnh/Noticias/Ver/814900
Off topic:
https://www.abola.pt/Nnh/Noticias/Ver/814900
Obrigado pelo esclarecimento. Nos modelos em que apresenta sou contra a mudança para SAD, porque tenho a ideia que vamos ser mais um caso de outro Belenenses SAD em versão brasileira e se já não mística/valores de outrora que nunca mais vão regressar, temo que se possam perder de vez e vou deixar de me rever no clube.
Saudações Académicas
Faço minhas, as suas palavras!
Se mística/valores de então nunca mais vão regressar como se podem perder? Já se perderam.
Assim, infelizmente, penso que a melhor solução é evoluir- se para um clube académico, evitando o arrastar da AAC-OAF por situação degradante e aproveitando ainda algumas das suas já poucas sinergias.
A situação tipo Belenenses já existe: AAC-SF e AAC-OAF.
Os sócios devem decidir se querem um clube dos estudantes, ou seja, basicamente mais uma secção da AAC, a par da secção de filatelia, com um pouco mais de autonomia, ou se querem um clube profissional de futebol da cidade. Espero que já tenham entretanto entendido que a cidade está divorciada do clube e que saibam porquê. Aquele estádio está sobre-dimensionado para a ambição dos que querem manter o status quo da mística. Mais vale fazerem uns arranjos no Campo de Santa Cruz e voltarem para lá. Para jogar com o Casa Pia e o Cova da Piedade (na melhor das hipóteses…), serve perfeitamente. Os que saem por se perder a “mística” devem pensar em quantos nem sequer lá põem os pés agora. É tudo.
Caro Pedro pensa que o quiçá Coimbra SAD terá mais gente no estádio e as pessoas vão se unir ao clube!? O problema não é de Coimbra é nacional, a grande parte dos adeptos são adeptos de vitórias, ou seja, apoiam aqueles que ganham na maioria das vezes e se o clube não tem nada diferenciador pensa que alguém vai querer saber?
Gostava de saber o que é que a Académica em termos de clube de futebol tem actualmente de diferenciador que possa atrair novos adeptos. Posso falar por experiência própria que os jovens da minha idade que se afastaram da manada dos estarolas não foi porque a Académica têm algum de único, mas porque é o clube da cidade onde nasci e que sinto que me representa. Na minha opinião a melhor forma de atrair novos adeptos é ter a sorte que teve o Famalicão de entrar dinheiro que ao ser bem gerido permite um crescimento do clube, no entanto gostava de saber se têm uma visão e experiência diferente da minha.
Caro Gonçalo, esta é a minha visão porque não sou de Coimbra, estudei em Coimbra e, nessa altura apaixonei-me por essa senhora que é a Associação Académica de Coimbra, por esse símbolo, por essas cores, pelos valores que a Académica sempre representou desde sempre. A minha visão é pessoal, não quer dizer que esteja certa ou errada como a sua Gonçalo. O último ponto que toca é importante, é preciso ser bem gerido sem isso nada feito. Um abraço.
Filipe, o que diferencia cada clube em relação aos outros é a sensação de pertença a uma comunidade. Não tem nada de complicado. Deve perguntar-se porque é que a Académica tem tão pouca assistência, começando por reconhecer essa coisa óbvia que é o divórcio entre a cidade e o clube. Coimbra tem a treta da mística de ser um clube dos estudantes, como outros clubes em tempos foram clubes de ferroviários ou de empresas privadas como a CUF. Foi essa a génese de muitos clubes pelo mundo fora, mas muitos acabaram por se integrar na sua comunidade e outros nunca o foram e acabaram. A mistica da Académica era engraçada há 50 anos e nessa altura era fácil o clube manter-se na primeira divisão, porque a maior parte dos clubes eram praticamente amadores. Um clube de senhores doutor com jeito para a bola podia facilmente ganhar a equipas de operários pobres e sem nenhumas condições de treino.
A AAC precisa de um reset de imagem, de tudo. É um trabalho difícil e que começará por reconhecer que não captará as novas gerações sem uma equipa com ambições ganhadoras. Ou assumam de vez que aquilo é uma espécie de clube aristocrático de senhores doutores. Por enquanto, clube verdadeiramente popular, do povo, da cidade, clube de raiz, há apenas o União de Coimbra.
Obrigado caro Rui, agradecimento extensivo ao Flávio.
Assumo desde já que sempre me revi na Lista A e da qual sempre fui apoiante ainda que nem sempre concordante.
Em resumo:
Esta direcção propõe uma profunda chantagem nos moldes por si criados.
Ou a constituição de uma SAD para a salvação do futebol profissional
Ou a extinção do mesmo
A haver alguma outra hipótese alguém que me esclareça.
Abraço a todos
Briosa para sempre
Caro Sarabia o que está em causa, neste momento, não é a constituição de uma SAD, é a venda da Académica (72% do capital social) com a consequente mudança de nome e de emblema (a DG não aceita que os sócios da AAC-OAF percam o controlo da instituição).
Grande abraço.
Viva a Académica
Abraço retribuído caro Pedro e grande.
Quanto ao que me esclarece.
Com efeito não é a constituição de uma SAD que está em causa, mas sim a venda da Académica.
Estranho que existam outros potenciais investidores que não poriam em causa a maioria da Académica e dos sócios e apenas a hipótese BMG seja tida em conta.
Briosa para sempre