“A Associação Académica de Coimbra/OAF tem conhecimento de várias infracções disciplinares cometidas pelo Santa Clara ao longo desta época desportiva. Tem conhecimento que se encontram a correr, neste momento, três inquéritos.
As infracções têm sido recorrentes desde o início da época. Se é certo que o Santa Clara conseguiu alcançar um lugar na tabela classificativa que lhe permite o acesso à Primeira Liga, também é certo que, fora do campo e ao contrário de todos os demais clubes da Ledman LigaPro, não cumpriu as regras. E que saiu beneficiado por não as cumprir.
E fê-lo de forma evidente, reiterada, premeditada, com total desrespeito pelas regras, induzindo até árbitros e delegados em erro.
Em primeiro lugar, e não pondo em causa a competência do treinador Carlos Pinto, a verdade é que, segundo o regulamento de competições, o referido treinador não tem as qualificações regulamentares necessárias para treinar na Segunda Liga.
Por outro lado, o Santa Clara iniciou a época com 8 jogadores sub-23:
- #1 Rodolfo Cardoso, Guarda-Redes, 13/10/1997 (20 anos)
- #61 Kaio Fernando, Médio, 08/09/1995 (22 anos)
- #11 Denis Pineda, Avançado, 10/08/1995 (22 anos)
- #81 Alfredo Stephens, Avançado, 25/12/1994 (23 anos)
- #21 Ítalo Cortes, Defesa, 29/05/1999 (18 anos)
- #7 Berny Burke, Avançado, 16/03/1996 (22 anos)
- #16 Guilherme Schettine, Avançado, 10/10/1995 (22 anos)
- #23 Miguel Machado, Avançado, 29/06/1999 (18 anos)
Até 1 de Fevereiro de 2018 saíram do plantel do Santa Clara os atletas Berny Burke, inscrito pelo Santos Guapilés (Costa Rica – último jogo pelo Santa Clara foi a 13/12/2017 para a Taça de Portugal vs Moreirense), Guilherme Schettine que se encontra actualmente inscrito pelo Al-Batin (Arábia Saudita – último jogo pelo Santa Clara foi a 09/12/2017 vs Famalicão) e os atletas Ítalo Cortes e Miguel Machado, que se encontram actualmente inscritos no plantel do Operário Lagoa (Campeonato de Portugal).
Assim, a partir de 1 de Fevereiro de 2018, o Santa Clara só contou com 4 jogadores sub-23 no seu plantel, infringindo a alínea b) do n.º 3 do art.º 77.º do Regulamento de Competições.
Se é verdade que estas infracções não prevêem, disciplinarmente, a sanção de derrota e/ou subtracção de pontos (nem estando, segundo se sabe, a correr nenhum inquérito pela não existência de 5 jogadores sub-23 no plantel), o mesmo não se passa com as infracções cometidas nos jogos com o União da Madeira, Gil Vicente e Varzim.
Nesses três jogos, o Santa Clara não inscreveu o número de jogadores sub-23 mínimo na ficha técnica de jogo, violando, dessa forma, o n.º 3 do art.º 77.º-B do Regulamento de Competições. Esta infracção, segundo o preceituado no art.º 98.º do Regulamento Disciplinar, é punida com sanção de multa de 25 UC (1UC=102 €) e o máximo de 100 UC. Em caso de reincidência, dolo ou de prática desta infracção nas últimas três jornadas, para além daquela sanção, a infracção é punida com as sanções de derrota e de subtracção de pontos a fixar entre o mínimo de dois e o máximo de cinco pontos. A Académica e outros clubes entendem que a conduta do Santa Clara foi dolosa (dolo eventual). Recorde-se que nesses 3 jogos o Santa Clara conquistou 7 pontos.
Por outro lado, não tendo o número mínimo de jogadores sub-23 nas fichas de jogo desses 3 jogos, estava o Santa Clara obrigado a reduzir o número de jogadores constantes na ficha técnica na medida do incumprimento, o que não fez, assim violando o disposto no n.º 3 do art.º 77.º-A do RC. E aqui, na nossa opinião, bem como na opinião de vários juristas consultados, incluindo alguns professores da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, é de aplicar o n.º 1 do art.º 78.º do Regulamento disciplinar que pune esta infracção com as sanções de derrota e de subtracção de 2 a 5 pontos, e com sanção de multa.
Recordamos que, no ano passado, o Freamunde, por não ter o número mínimo de jogadores sub-23 na ficha de jogo, mesmo sem existência de norma no Regulamento de Competições que o obrigasse, reduziu o número de jogadores da ficha técnica para não ser beneficiado dessa infracção. Este ano, com a existência de norma no Regulamento de Competições, o Santa Clara não o fez.
Convém não esquecer que estas normas têm como escopo a protecção dos jogadores jovens. Vamos beneficiar os clubes que não cumprem e prejudicar o jovem jogador?
E quem conhece o futebol, quem joga, quem treina e quem dirige sabe que esta não é uma questão de somenos. Na verdade, nos jogos contra o União da Madeira e Varzim, o treinador Carlos Pinto em vez de seleccionar 6 jogadores para o banco de suplentes, pôde seleccionar 7. No jogo contra o Gil Vicente, pôde seleccionar 7 em vez de 5. Se tivesse de preterir um ou dois jogadores, de qual ou de quais abdicaria?
Por outro lado, as equipas adversárias, na convocatória, tiveram de preterir outros jogadores para incluírem o número mínimo de sub-23 na ficha de jogo, exercício que no jogo contra o Gil Vicente o treinador Carlos Pinto não teve de fazer e que, nos jogos contra o União da Madeira e Varzim, teve de fazer em menor medida.
No dia 15 de Maio de 2018 faz 30 anos desde que a Académica foi prejudicada pela utilização irregular de um jogador, N’Dinga Mbote. Na altura inexistia fundamento legal para que a Federação Portuguesa de Futebol punisse o clube que utilizou o jogador com a conversão da vitória em derrota e perda de dois pontos.
Acreditamos que ao fim de 30 anos a justiça evoluiu e que conduta do Santa Clara deve ser punida com derrota, subtracção de pontos e pena de multa. A não punição do Santa Clara com as sanções de derrota e subtracção de pontos será um sinal de que, afinal, em 30 anos, o regulamento disciplinar continua a não dar resposta adequada às infracções cometidas e que os prevaricadores podem sair impunes, e até beneficiados relativamente a 19 clubes, por não cumprirem os regulamentos.
A Académica confia que será feita justiça. Confiamos nos órgãos a quem compete decidir estas questões. Fazemos questão de lutar pela justiça no futebol português, como sempre fizemos, como sempre faremos. Faz parte do nosso ADN.
O Departamento Jurídico da AAC/OAF
Texto retirado de “bancada.pt”
De um ponto de vista jurídico a argumentação parece-me convincente, direi mesmo brilhante.
Infelizmente quem irá aproveitar será o Viseu.
Porque, como diz o Tiago, a equipa já foi para a Póvoa de toalha no braço.
A Direção desenvolveu uma brilhante argumentação jurídica, mas, provavelmente, ter-se-á esquecido de transmitir à equipa, de forma convicta e assertiva, que a subida ainda poderia estar à distancia da vitória sobre o Varzim.
Talvez o maior erro (infelizmente não o único) que cometeu durante a época.
Os dirigentes da briosa, podem ter razão, mas a data em que lançaram foi tardia e inadequada, no dia de um jogo que não ditava a subida, mas pelo menos, fazer um resultado positivo fora e a finalizar o campeonato, irregular, principalmente em casa e, mais em jogos decisivos. Espero que estes dirigentes aprendam com os erros. Espero que planeiem minimamente a época, e tentar que a próxima seja menos irregular. Escolher um treinador que esteja dentro das nossas possibilidades, e ao mesmo tempo, seja um catalisador para que na longa liga os jogadores que ficarem estejam minimamente preparados, tanto fisicamente como psicologicamente. Não sei se na Briosa existe um olheiro, que escolham jogadores que estejam dentro das nossas possibilidades, e que tenham o mínimo de qualidade . Viram-se alguns nas equipas adversárias que defrontamos na época agora determinada, e alguns deles, já estão noutros clubes, entre eles, na 1ª liga. Empréstimos sim, mas com alguma qualidade, agora como Alan Júnior, por favor, é melhor estarem quietos.
Ainda é muito cedo, mas gostaria que dessem possíveis nomes de treinadores para a próxima época. Não os que desejamos, mas os que temos possibilidade. Mas primeiro que tudo isto, é urgente definir se queremos continuar no marasmo da SQUD ou escolher SAD, que neste momento bem precisamos de injeção financeira. Clubes menores que o nosso, e de divisões abaixo já são SAD, porque não podemos também? Com a SAD os sócios continuam a ter a palavra, não vejo qual o mal
Cara Paula
Já indiquei dois nomes, mas convinha entender que qualquer nome deva ser consequência de uma estratégia profissional, abrangente e clara porque com ausência de estratégia ou com uma estratégia algo amadora e difusa qualquer um poderá ter insucesso.
Briosa para sempre
No quadro de uma SAD a história e a cultura da nossa Briosa, seriam completamente desprezadas. Seria totalmente descaracterizada. De um momento para o outro, a nossa Briosa deixaria de ser dos SÓCIOS, para passar a ser dos chamados accionistas. O maior deles, há sempre um que tem a maioria do capital, passaria a gerir a marca ACADÉMICA de todas as formas e feitios, expurgando-a até ao tutano. Seria um roubo aos sócios! Deixaria de ser uma causa, a nossa causa, como muito bem a definiu Manuel Alegre. Finalmente o que é bom (?) para os estarolas e seus acólitos, é necessariamente mau para uma instituição como a nossa!
Cara Paula,
Numa democracia, o voto é soberano. Em eleições que ocorreram ainda na direcção de JES, a maioria dos sócios votou maioritariamente na SDUQ. Vamos lá então respeitar os resultados, está bem?
Não é a SDUQ que tem falhado. O que tem falhado são as direcções (JES, Paulo Almeida, Pedro Roxo). São incompetentes, e parece que a única coisa que os anima, é a promoção social!
Saudações académicas!
Caro Jesué.
Penso que o modelo SDUQ terá ficado falido esta época, pois o passivo será já incomportável e o mesmo se passa com o OAF.
Penso que o único caminho será mais cedo ou mais tarde passar a uma SAD e, quanto mais cedo se fizer isso melhor, pois arriscamo-nos a mais “tarde” ter que passar a SAD e a maioria do capital ficar na mão e poder de credores.
Não acho que num clube, com um universo tão vasto de sócios, como a Académica uma SAD seja um problema. Primeiro, desde que haja a garantia que o OAF e a direcção eleita pelos sócios do OAF tenha 51% do capital.
Depois, os restantes 49% (dos quais eu teria muito gosto de ter parte) serviriam para financiar um verdadeiro projecto de regresso à primeira Liga e talvez mesmo voos ainda mais altos.
Mas, para isso seria necessário, primeiro que a direcção se mostrasse profissional e com projectos válidos.
Sim,a “promoção social” do JES foi ENORME. O nome nas 1.ªs páginas,
o tribunal… Quem me dera!
Embora não seja propriamente adepto das SAD também não sei como é que se aguenta a realidade com uma SDUQ falida.
Podemos estar perante a inevitabilidade de uma SAD.
…
Importante reter que em caso de SAD deveria haver lugar a acções mediante subscrição em condições de excepção aonde estariam além dos sócios:
-Associação Académica
-Universidade
-Câmara Municipal
-Instituto Politécnico
Todos já manifestaram o seu interesse
Também a considerar:
-Actuais e anteriores patrocinadores assim como Empresas sediadas e com ligação à Região Centro
-Parceiros do Estádio, do Pavilhão e da Academia
-Instituições de Saúde, de Educação e de Solidariedade Social
-Associações Comerciais e Profissionais-incluídas Ordens e Sindicatos
Com expressão simbólica ainda
-Casas da Académica
-Núcleo de Veteranos
-Associações de Antigos Estudantes espalhadas pelo País
Custa-me escrever isto, mas há cerca de 10 anos o Vitória de Guimarães estava na segunda e falido.
Em 2012 passou a SAD e não só deram a volta à situação como de um ponto de vista competitivo apresentam a sua equipa B em Coimbra no ano corrente…e ainda levam 3 pontos.
A reflectir.
O caro Jesué pode ter razão em tudo o que escreveu, mas não será linear. Depende da forma como o assunto for tratado, preventivamente e cautelosamente tratado…e quão importante seria uma Direcção capaz.
Briosa para sempre
Jesué realmente o voto é soberano. Quem não votou teve que aceitar, mas não quer dizer que não se volte a fazer o mesmo, porque vê-se o dinheiro dos poucos sócios não dá, se queremos ter uma equipa equilibrada, e que consiga ter capacidade de ao longo da época, com castigos, lesões, contrariedades normais em qualquer equipa. Os clubes portugueses e ingleses e de outras nações, não deixa de ser dos sócios. Se querem uma equipa competitiva dentro das perimas possibilidades financeiras atuais, isso não é possível. Deixem-se de lirismo de que a Briosa deixa de ser dos sócios e sejam realistas. Precisamos de injeção financeira, acha que o pagamento de quotas, e muitos inscritos não as pagam, dá para sustentar uma época? O futebol já não se padece com os anos 60. Que continuem a dar oportunidade dos jogadores que queiram poderem tirar curso universitário ou não, concordo, mas isso não impede que coabite com SAD.
Destoando destes comentários. Acho muito bem que se proteste e force mesmo que seja em favor do Académico de Viseu. Pena é que não houvesse mais veementes quando estes actos foram cometidos e que originaram protestos de várias equipas nomeadamente daquelas que jogaram contra o Santa Clara nomeadamente o União da Madeira que desceu de divisão. E se a situação do treinador não influi muito na verdade desportiva, a situação dos sub-23 influi tanto que não sabemos se o Santa Clara ganharia esses jogos em que infringiu as regras. Pode usar mais jogadores experientes que os outros e apesar disso o treinador teve o numero de opções no banco que todos os outros quando deveriam ter menos jogadores. Acham mesmo que é igual ter 1 guarda-redes e 3 ou 4 jogadores de banco. Esta limitação de jogadores iriam causar enormes dificuldades ao Santa Clara. Ganhariam o jogo na mesma?
O grande problema aqui é as instituições competentes terem queixas fundamentadas em seu poder desde Março e ainda não terem tomado uma decisão. Que até pode ser que não retire pontos ao Santa Clara. Eles falam sempre que não há reincidência embora tenham-no feito em 3 jogos. Contra ou a favor do Santa Clara que se decida rápido agora acho mal que se compactue com aldrabices e que se ache que se pode faltar a todas e mais regras desde que se ganha em campo mesmo que estas dêem vantagens em campo. Pensei que o país já tinha percebido que estes chico-espertos têm andado a lixar o país mas ainda vejo que somos mesmo um país de chico-espertos.
Ou dito de outra forma:
José Eduardo Simões sabia perfeitamente que em eleições seria definitivamente arrumado por total decréscimo de credibilidade.
Paulo Almeida sabia perfeitamente que em eleições seria completamente colocado de lado por nenhum acréscimo de credibilidade.
Pedro Roxo e seus pares poderão ter perdido a oportunidade de nos representar numa inevitável transição que a indústria do futebol exige.
Quem investir na Académica…e é só uma questão temporal para que tal ocorra pedirá contas.
Sendo que maturidade e sensatez são pressupostos tão básicos que se discutirão muito mais verdadeiros actos de gestão e contas à séria.
Ou isto…ou CNS…mas sem ilusões.
Briosa para sempre
E chegámos a este ponto pq a malta do fado e da laranjada no fim dos jogos, não apreciava o modelo SAD!
Na linha de todos os comentários já escritos e concordante terei algo mais a dizer.
Como académico sou confesso adepto de uma boa dose de irreverência e estouvadice desde que lhe seja adequada sentido crítico ou sentido de humor.
Agora o que é que eu vejo:
Uma imaturidade e uma falta de sensatez preocupantes por parte da actual direcção, facto particularmente grave porque é sua missão e função defender os seus sócios e adeptos.
Não me parece que os sócios e adeptos da Académica e muito menos os indefectíveis da SDUQ tenham sido defendidos, mas antes mais expostos a um certo caricato…para não dizer ridículo.
…
Seria muito importante, fundamental mesmo, que se entendesse que estamos mesmo à beira de uma SAD, salvo algum acontecimento excepcional.
Seria muito importante, igualmente, ter pelo menos uma direcção que assegurasse esta transição na defesa de um histórico académico do qual todos fazemos parte.
E o que é que vemos?
Uma direcção e um presidente que estiveram mal, creio que mais por desespero do que por presunção…o que até seria perdoável, mas não ao ponto de sócios e adeptos sentirem que estão nas mãos de rapaziada, como disse sem maturidade e sem ponta de sensatez. Isto sim preocupa-me.
Uma coisa é ser muito melhor do que os outros todos e podermos escrever todos, sem certificado de garantia, que subíamos este ano. Um lapso apesar de tudo perdoável.
Outra bem distinta é fazer um comunicado em defesa dos interesses do Académico de Viseu e do União da Madeira completamente a destempo e a deslado. Um lapso que pode ser imperdoável.
…
O nosso caminho vai ser o do profissionalismo e não o do amadorismo e esta direcção revelou-se bastante académica, mas de um amadorismo que não sei se terá remendo possível.
Entretanto no jornal “O Record” Já vai sendo admitida a alteração por parte desta direcção ao actual modelo de gestão.
Briosa para sempre
Que Vais João Simões e Ki. A jogarem na distrital de Coimbra. Se por atitudes incorretas, não houve forma de ultrapassar a questão e não delapidar ativos? Mais uma achega a juntar ao que aqui tem vindo a ser refletido.
Leia-se Quo Vadis.
Tudo dito.
Não à mais para acrescentar. …
Neste momento acima de tudo o momento será de reflexão.
Fica uma certeza, quem ama esta causa, independentemente daquilo que seja o nosso futuro, tem um amor para a vida toda.
ACADÉMICA.
Em primeiro lugar, acho que que as vitórias se conquistam em campo e não na “secretaria”. Por isso, detestaria subir apenas devido a eventuais irregularidades do Santa Clara, equipa que, dentro das quatro linhas, foi melhor que nós. Claro que há situações e situações: o “caso N’Dinga”, em que um jogador adversário jogou toda a época mal inscrito, configura uma situação grave que merecia punição. Será o caso atual do Santa Clara comparável?
Sinceramente, muito longe disso. Não por acaso a lei apenas pune a infração (que o clube açoriano assumiu) com multa, exceto em caso de reincidência, dolo ou se ocorrer nas últimas três jornadas. Não se verificando esta última, vejamos as duas primeiras. Apesar de não ser jurista, eis a minha opinião:
1º) Embora o Santa Clara tenha prevaricado em três jogos seguidos, só se pode considerar reincidência se o clube já tivesse sido punido anteriormente pela mesma infração. O facto de a ter cometido em três jogos apenas elevará o valor da multa. Não por acaso o comunicado do Departamento Jurídico não vai por aqui.
2º) Acho difícil provar que houve dolo, ou seja, que o Santa Clara agiu de forma intencional. Claro que a tese do nosso Dep. Jur, é que houve dolo eventual. A ideia que tenho dessa figura jurídica é que alguém tem um comportamento que sabe poder ter consequências negativas para terceiros, conformando-se com o resultado (ex: alertado para um buraco numa estrada municipal, com perigo de despiste de viaturas, pondo em perigo a vida dos que lá passam, o autarca responsável não arranja a estrada e responde: se morrer alguém, morreu; se alguém morrer por causa desse buraco, incorre em dolo eventual). Julgo tratar-se de uma área “cinzenta” do Direito e, talvez por isso, os nossos juristas recorrem a essa figura. Agora, pergunto: como provar que o Santa Clara sabia que estava a cometer uma infração e a lesar terceiros? Acho muito difícil!
Sobre o facto de Carlos Pinto não ter habilitações, não é caso virgem. Por exemplo, o Silas, do Belenenses, também não tem. Nestes casos, há sempre um “testa de ferro” com habilitação que vai para o “banco”. Vários clubes recorrem ou recorreram a este estratagema. Dizem que, em alguns jogos, ele apenas terá sido inscrito na ficha de jogo e não terá estado presente. Mas, se, na altura, não houve nenhum protesto nem nenhuma menção do facto na ficha do jogo, como prova-lo agora? Será a palavra de uns contra a de outros. Por isso, esta situação do Carlos Pinto é um não assunto. E, aliás, em nada lesa a verdade desportiva.
Acho que temos de abandonar esta mania de, quando as coisas nos correm mal, tentarmos recorrer à “secretaria” para subirmos ou nos mantermos na 1ª Liga. É que já não é a primeira vez!
Em certo sentido, foi bom para nós termos perdido hoje e, consequentemente, termos ficado sem condições desportivas de ir para a luta jurídica. A instabilidade de saber em que escalão iríamos jogar não era boa para atrair jogadores e arriscávamo-nos a jogar a 1ª liga com uma equipa de segunda (com sério risco de descermos logo no ano seguinte) ou a jogar a 2ª liga com uma equipa de primeira (com os riscos inerentes de desmotivação dos jogadores e de rutura financeira). Agora, o Viseu e o União da Madeira (que desceu, mas pode ser considerado parte interessada, uma vez que um dos jogos em causa foi com eles) que se ponham “ao barulho”.
Independentemente de tudo isso, o “timing” do comunicado é inexplicável e expôs a Académica ao ridículo. Afinal, aquilo que passou para a opinião pública foi que, para além de querermos ganhar na “secretaria”, já dávamos o jogo com o Varzim (que ainda lutava para fugir à despromoção) como “favas contadas”. Isto a somar-se ao momento infeliz do presidente (sob grande tensão, no final de um jogo conturbado), quando afirmou que nós éramos muito melhores do que todos os outros. Claro que, se eu fosse treinador de uma equipa adversária, colocava essas declarações no balneários antes de jogar com a Académica, para espicaçar os meus jogadores. Se calhar, alguns fizeram isso mesmo…
Infelizmente, isto não é de hoje. A verdade é que as direções passam, mas o amadorismo nunca nos abandona!
Estou de acordo com esta visão e em absoluto acordo com o parágrafo final. Que ninguém tenha dúvidas que este tipo de declarações e as formalizações de candidaturas são gasolina para os adversários … Já venho dizendo isso por aqui há muito tempo …
A sério?
O Dep. Jurídico tem como argumento o que se passou à 30 anos?
Quem nos livra do amadorismo?
São tão amadores que emitem um comunicado dando de barato a vitória da Académica na Póvoa, E foi o que se viu !!!!!
É triste que depois de uma campanha falhada, a Direção venha agora em desespero tentar fora das quatro linhas, o que se não conseguiu em campo, tendo como alvo o Santa Clara que até nos derrotou lá e cá. Haja a dignidade de saber perder, quando nem de perto nem de longe fomos competentes para voltar ao escalão principal. Só principiantes sem qualquer sentido de desportivismo, emitem um comunicado deste teor. Lamentável.
Este tipo expediente, em nada engrandece a nossa Académica.Pelo contrário.
Briosa Sempre
Subscrevo inteiramente a sua opinião.
Caiu o pano da 2ª divisão. Mais uma vez não conseguimos a subida.
Alguns estarão agora a interrogar-se sobre o que correu mal, particularmente aqueles que viam na nossa Briosa uma equipa boa com bons jogadores capaz de ganhar qualquer jogo. E aqui se fizeram análises sobre a valência de cada um dos jogadores, sobre o seu posicionamento em campo, sobre a sua entrega, etc,etc.
Desconheço se algum dos membros da direcção são visitas/participantes deste espaço. Se o forem acredito que fiquem satisfeitos com estas análise tão positivas. É provável que também achem que a equipa é excelente e que portanto a subida está ali ao dobrar da esquina, não sendo preciso fazer mais nada, a não ser esperar pelo fim da temporada.
Não gosto destes comentários que me parecem apenas teóricos, não tendo em conta as prestações da equipa domingo a domingo. As contratações de Inverno permitem-me concluir que a direcção não percebe nada de futebol. Quem contrata jogadores daqueles só pode ser um ZERO nesta matéria. Ora admitindo que esta direcção lê as tais boas análises que aqui são feitas, só pode pensar que está no bom caminho. E é por isto que eu não gosto destes comentários!
Eu não percebo nada de futebol. Estou a ser sincero! Limito-me a ver os jogos domingo a domingo, e depois retiro as minhas conclusões. O que fui vendo em campo deu-me a certeza que a equipa era fraca com alguns dos seus jogadores com pouco jeito para jogar á bola. A “incoerência” do nosso futebol (ganhamos ao Gaia lá e cá), ficava a nu com derrotas humilhantes, muitas delas em casa com equipas de tostões (C. Piedade, Oliveirense). O resultado só poderia ser este!
Temo que para o ano estejamos no mesmo cenário, a menos que muita coisa mude. Mas se pensarmos que esta direcção é a mesma do ex-presidente, os receios são desde já certezas!
E terminando em quarto lugar somos os principais derrotados desta temporada.
Não há vitórias antecipadas e em duas semanas a direcção e a Académica sentiram isso e espero que tenham aprendido.
Primeiro, perante a responsabilidade de um público de mais 20000 pessoas (entre sócios e POTENCIAIS sócios), frente a um adversário (teoricamente) mais fraco não terá havido o discurso e a exigência necessárias para evitar falhas de concentração. Isto, para não falar da escolha do onze (que notou-se não ter sido a mais forte e adequada ao jogo).
Depois, ainda antes do jogo frente ao Varzim (supostamente já contando com a vitória) colocou o texto acima. Totalmente despropositado e “amador”.
Que ao menos, este ano a direcção tenha aprendido a ser direcção. E, que a direcção seja rumo à Primeira Liga e não por se dar murros na mesa numa conferência de imprensa mas sim por se mostrar mais trabalho em campo e o técnico ser mais inteligente, estratega e líder que as escolhas desta época.
Ao lado da página, ainda aparece um post escrito pelo amigo Gonçalo Cabral intitulado “Decisões de Líder” e, pode ter sido líder para tomar as decisões mas, as decisões/escolhas de treinador foram totalmente erradas.
Primeiro, o Ivo Vieira mostrou que não tem categoria/dimensão humana para ser técnico da Briosa, segundo o Ricardo Soares mostrou que não tinha categoria/conhecimentos técnicos para ser treinador da Briosa e por último com uma derrota em jogo decisivo frente ao Cova da Piedade (nas condições acima) e hoje frente ao Varzim mostra que o Quim Machado também não terá o perfil para técnico da Briosa.
Logo, o Pedro Roxo fez assim o pleno de numa só temporada escolheu erradamente 3 treinadores.
Parece que se anda a brincar às direcções.
Não merecíamos subir. Equipa sem brio principalmente em casa, Direcção inexperiente mas com bazófia. Saudades da Académica de jogadores estudantes, na sua grande maioria, já nem falo de só estudantes. Esta porta giratória anual de profissionais sem valor de Briosa não tem nada.
Não subimos por culpa própria
Cambada de Incompetentes
Foi assaz desapropriado divulgar publicamente esta posição sem saber, afinal, se defendia os nossos melhores interesses (nomeadamente pela posição classificativa final).
Comprámos uma guerra com o Santa Clara para promover o Académico de Viseu..
Precisamos de aprender com os nossos erros.
Espero que mais um ano na 2.ª liga sirva para isso, pelo menos.
Totalmente de acordo! E querer ganhar na secretaria fazendo esquecer o descalabro em campo não é de uma equipa grande como a Académica! É agir ” pequenino”. Temos que ser melhores e maiores que isso! E não se compare com o famigerado caso N`Dinga , que ainda hoje me faz não gostar da equipa daquela zona! Para além da inscrição, aquele maldito jogo teve muitas outras incidências!
Como diz o Mitico, vamos aprender com os erros! E eu acrescento, sobretudo na escolha de treinadores, e deixem lá os açoreanos ! Nós não estamos na 1ª liga porque fomos incompetentes, sobretudo em Coimbra! Perder com o Piedade foi o corolário final da incompetência e fraca ambição! O resto é intendência, não é futebol!
Viva a Académica!
Caro Manuel,
Também gosto mais de ganhar em campo, ficando muitíssimo desconfortável quando se ganha à custa de outras circunstâncias, mas isso não quer dizer que não concorde com que, de maneira discreta, se tentasse fazer valer os nossos interesses (desde que a causa seja justa, como parece ser o caso).
Mais que uma possibilidade é mesmo um dever e uma responsabilidade de quem nos lidera. Mas no tempo e da maneira certa.
Com a derrota de hoje, passamos para quarto e é o Viseu a poder subir se se confirmarem estas regularidades…
Devíamos era sim ter subido dentro das quatro linhas pois de acordo com o nosso presidente éramos melhores, muito, mas muito melhores que os outros…
E agora?
Quo Vadis Briosa?