Arquivos para Setembro 2016

A Académica recebeu e bateu o Famalicão por 3-0 com golos de Tozé Marreco, Ernest e Traquina.

Com este resultado a Briosa soma 10 pontos em 7 jogos da II Liga e subiu ao 9º lugar.

Já esta quarta-feira dia 21 de Setembro, a Briosa desloca-se à Cova da Piedade em jogo a contar para a 8ª jornada.

Como começar esta crónica… Talvez dizendo que tantos erros defensivos cometemos que a recém promovida equipa do Vizela, que veio precisamente jogar no nosso erro, ao fim de 6 ou 7 lá aproveitou um deles e marcou, sentenciando a nossa segunda derrota caseira, e terceira na liga, ao fim de 6 jogos.

Como sei que ainda há gente que pensa que vamos jogar para subir de divisão, mais uma vez sugiro para que se refreiem os ânimos. Nas condições actuais não vamos lutar pela subida. não temos arcaboiço para o fazer. Não é exclusivamente uma questão de jogadores (faltam algumas alterantivas sim, na defesa principalmente, e no centro do ataque), nem de treinador (embora o Costinha apresente algumas lacunas) nem de direcção (embora esta apresente igualmente problemas, uns herdados, outros próprios de quem não sabe ao que vai).

Portanto, restringindo-me ao jogo jogado, aquilo que há a dizer é que seguiu os moldes habituais para quem viu os 6 jogos realizados este campeonato. Como de habitual, e até aos 15′ demos a iniciativa ao adversário. Neste jogo, além desse facto, ainda tivemos um Nuno Santos completamente “fora de cena”, em que foi acumulando erros atrás de erros, a começar logo aos 35” ao fazer uma infantilidade que só não deu em golo e um eventual cartão vermelho porque não calhou. Passados um par de minutos novo lance de ataque deles, cruzamento e cabeceamento perigoso. Aos 10′ primeiro erro do central Diogo Coelho, felizmente anulado por fora de jogo mas os calafrios não paravam. Finalmente começamos a assentar o nosso jogo e conseguimos fazer duas recuperações no meio campo que podiam ter dado contra-ataques perigosíssimos, não fora os péssimos passes primeiro do Kaka e depois do Jimmy. Aos 15′ novo buraco do lado esquerdo da defesa (Nuno Santos e Diogo Coelho), com o Real a fazer um excelente corte para canto, do qual eles quase quase marcavam, com o Ricardo Ribeiro a defender junto ao poste. Esse lance a modos que funcionou como sirene de alarme pois a partir daí entramos no nosso melhor período. Primeiro com um remate do Plange às malhas laterais, depois num livre do mesmo Nii Plange que é cortado para canto e finalmente no grande lance de perigo da primiera parte em que de um canto estudado da direita há um cruzamento pingado para a área e o Real cabeceia para grande defesa do redes adversário, o Rui Miguel não chega a tempo da recarga e depois ainda há mais dois cruzamentos perigosos que não são desfeitos pela defensiva deles mas que nós também não conseguimos aproveitar. No entanto o último lance de perigo da primeira parte (à passagem dos 35′) foi deles, em que após um canto cedido na sequência de nova burrada do Nuno Santos o remate do avançado, já bem dentro da nossa área, passa muito muito perto do poste esquerdo. Chega-se então ao intervalo com um 0-0 justo, numa exibição ofensiva razoável, ainda que aos repelões (como também tem sido recorrente), mas nem que defensivamente estivemos muito muito displicentes, oferecendo autenticamente oportunidades ao adversário, que se limitou a aproveitar as bolas que lhe íamos dando, felizmente sem no entanto conseguir concretizar.

A entrada no segundo tempo fez crer que a equipa ia “cair em cima” do Vizela. O Alfaiate ficou no banco (lesionado, quis-me parecer) tendo entrado o reforço Ernest para extremo esquerdo e recuado o Plange para defesa direito. E começamos bastante bem, a aproveitar a velocidade do rapaz pela esquerda e a vontade do Marinho pela direita. E foi logo a abrir que criamos a única oportunidade de real perigo da segunda parte, em que após trabalho na direita do Marinho, há um cruzamento e o Rui miguel cabeceia para a baliza, já com o guarda redes fora da jogada, mas a bola é cortada in extremis em cima da linha de golo. Do canto resultante o Jimmy remata ligeiramente ao lado. No entanto, por volta dos 10′ da segunda parte voltamos a começar a dar barracas na defesa, sempre com a dupla Diogo Coelho\Nuno Santos em destaque, mais o central do que o lateral, tendo o nosso redes que se aplicar num par de ocasiões para evitar males maiores, aos 55′ e 60′. Isto deu confiança ao Vizela ao mesmo tempo que nos intranquilizava mais. Entretanto nós ainda temos uma oportunidade em que um remate do Marinho fica preso nas pernas do Rui Miguel que depois não consegue ser lesto suficiente para – já depois da marca de pênalti – conseguir rematar! E é nesta altura que o Costinha borra a pintura, ao tirar o Marinho para colocar em campo o Pedro Nuno. E borra a pintura porquê? Por duas razões: primeiro porque o Marinho estava bem no jogo, parecia-me cá de cima ainda estar em condições físicas para aguentar mais uns minutos e retira-lo cortou parte importante do nosso poder de fogo; segundo porque ao meter o Pedro Nuno na extrema esquerda (certamente a pensar nas diagonais dele de fora para dentro), deslocou o Ernest para extremo direito (talvez com a mesma ideia) mas o resultado foi queimar a exibição dos dois! O Pedro Nuno não fez nada na esquerda e o Ernest, embora tendo estado muito activo e tentado mostrar serviço, na prática não causou perigo em concreto. A meu ver, naquela altura (aproximadamente 66′ de jogo) deveria ter prescindido de um dos trincos e colocado o Pedro Nuno (ou o Marreco), recuando o Kaka para a posição em que fez os dois primeiros jogos da época e passando a jogar ou em 4-3-3 (se entrasse o Pedro Nuno) ou então no 4-4-2 (se entrasse o Marreco) com que se jogou nas duas primeiras jornadas. Assim sendo, o máximo que fizemos foi um remate do Ernest aos 70′ que ficou preso na “floresta” de pernas à entrada da área. Depois, aos 77′, na sequência de um erro monumental do Nii Plange eles marcam. Mais uma bola bombeada, o Plange em vez de se posicionar para a aliviar de cabeça, vai tentar domina-la e o avançado, ao aperceber-se disso, vai pressiona-lo e rouba-lhe a bola correndo isolado para a nossa baliza e bate o Ricardo Ribeiro que não teve hipótese nenhuma de defender! Um balde de água gelada para os adeptos do bem composto Cidade de Coimbra, mas nada que não fosse de certa forma um pouco previsível tantas as vezes que fizemos merda lá atrás… O Costinha finalmente tenta o tudo por tudo e retira o Jimmy para colocar o Marreco em campo, mas este já pouco pôde fazer. O Nuno Santos ainda causou calafrios num canto directo e o Rui Miguel e o Ernest conseguiram fazer 4 ensaios, pena estar-se a jogar futebol e não rugby, senão teríamos feito 12 pontos de certeza absoluta! E pronto, acabou-se o jogo com mais uma derrota e outra exibição demasiado irregular para podermos ficar sequer descansados em como vamos fazer um campeonato tranquilo!

Individualmente, aqui fica a avaliação aos nossos jogadores:

Ricardo Ribeiro: nova boa exibição. Sem culpa no golo, e ainda nos safou um par de vezes. Caso não tivesse sido traído pela sua defesa, ter-nos-ia dado mais dois pontos.

Alfaiate: boa primeira parte, na qual o Vizela pouco ou nada fez pelo nosso lado direito. Espero que não tenha realmente saído lesionado.

João Real: o melhor da defesa, fez dois cortes que ficaram no olho após burradas dos colegas. Só não percebo porque é que um jogador com a sua experiência não se assume como “patrão” e, com o treinador aos berros para dentro do campo a mandar a defesa subir, numa altura em que já perdíamos, não foi o primeiro a fazer eco e mandar a equipa subir também…

Diogo Coelho: fez um bom primeiro jogo (contra o Portimonense), em que pareceu querer demonstrar ser – conforme escrevi – a melhor alternativa para jogar ao lado do Real. Contra o União já cometeu alguns erros que me deixaram a pensar, e ontem esteve globalmente mal, principalmente na segunda parte, em que esteve horrível.

Nuno Santos – é incrível como um jogador com 36 anos comete as infantilidades que ontem cometeu. Como tem sido um dos melhorzinhos da nossa defesa vou atribuir o sucedido a um dia menos bom. Ofensivamente até esteve bem.

Jimmy: talvez tenha novamente sido o melhor em campo. Nota-se que quer mostrar serviço, e que tem condições para o fazer. Mesmo quando decide mal é visível que o que pretendia fazer era o mais certo. Tem que continuar a jogar – na posição 6 – porque é notória a evolução do rapaz

Fernando Alexandre: falhou muitos passes fáceis, mas entregou-se ao jogo como de costume. Foi “engraçado” no final do jogo vê-lo quer a extremo esquerdo, quer a direito.

Kaka: até fez um bom jogo novamente, mas acaba por se perder um pouco a jogar tão perto do avançado centro. No entanto tanto faz uma coisa boa (recuperar a bola a meio campo) como logo a seguir faz um disparate (passar a bola dois metros para a frente do que era suposto).

Marinho: melhor do que contra o Portimonense, saíu cedo de mais quanto a mim. Não teve a importância dos dois primeiros jogos, mas esteve bem.

Nii Plange: uma exibição profundamente marcada pelo lance que dá o golo deles. Na primeira parte esteve bem, a transportar jogo e a fazer cruzamentos perigosos. Na segunda, a jogar a defesa direito, manteve-se razoavelmente bem ofensivamente mas defensivamente foi um desastre. No entanto, em termos gerais, e se se conseguisse “apagar” aquele lance aos 77′, até teria sido um dos melhorzinhos.

Rui Miguel: enfim… é um jogador batalhador, que se entrega, brigão e que ganha bastantes bolas no confronto com a defesa, “amassando” os centrais nos entretantos. Mas também é um jogador que se deixa cair demasiadas vezes em offside e que na generalidade das vezes decide mal a jogada. Tudo bem que é avançado, mas se remata 1, 2, 3 vezes e as bolas saem todas completamente ao lado e por cima, então se calhar tem que passar em vez de chutar. Especialmente se tiver, como teve, colegas melhor posicionados.

Ernest: entrou bem, com vontade e a dar uso da sua enorme velocidade. Depois foi “queimado” ao ser puxado para a direita. Ainda tentou fazer algumas diagonais e rematar mas no capitulo da finalização esteve mal. Uma coisa boa foi que mostrou que não tem medo de transportar a bola e partir para cima da defesa. Gostei.

Pedro Nuno: não acrescentou nada à equipa, muito provavelmente por estar a jogar a ala esquerdo. Passa-se com este o mesmo que se passa com o Ki, ou seja, conforme eu tinha comentado no post anterior a este, o Pedro Nuno – tal como o Ki – não encaixa no esquema do Costinha e portanto ou se adapta o jogador ou se muda o esquema. O treinador decidiu adaptar o jogador. Perdeu-se uma substituição que nada trouxe ao jogo com excepção de um passe de ruptura que depois não deu em nada.

Marreco: não teve tempo para fazer nada.

Costinha: vamos lá ver uma coisa, eu não tenho nada contra o Costinha embora não o ache um grande treinador. Jogarmos com dois trincos em casa contra um recém promovido à 2ª liga, quando nós somos um recém despromovido da 1ª, não se percebe com facilidade. Agora, se tivéssemos jogado com dois avançados centro – Rui Miguel e Marreco – eu até conseguiria aceitar melhor. Agora, jogarmos com 2 trincos, um falso avançado (Kaka) e dois extremos que jogam a ala, acho demasiado defensivo. E depois, a substituição do Marinho pelo PEdro Nuno teve o condão de desmontar o nosso ataque de uma forma que não conseguimos recuperar.

Após o jogo contra o União escrevi que o nosso Setembro poderia ser mais descansado com jogos teoricamente acessíveis – sendo que na altura nem me recordei que o Vizela também vinha da 3ª divisão – e que deveríamos apontar a 8 a 10 pontos nos 4 jogos e que menos de 6 seria mau. Agora, com o adiamento do jogo contra o Covilhã, e tendo em conta o excelente inicio de época do Cova da Piedade (que ganhou o seu jogo em atraso e tem 3 vitórias e 1 empate) e tendo nós perdido com o Vizela (3 vitorias, 2 empates e 1 derrota, tendo um jogo a mais) tenho receio que no final de Setembro não tenhamos mais do que 10 pontos, caso consigamos ganhar ao Famalicão no dia 16. Isto porque, a jogar assim, dificilmente ganharemos em Almada!

Espero é que não se entre em descrença…

Saudações